segunda-feira, 18 de junho de 2012

O SUSSURRAR DE DEUS


Senhor, o teu silêncio dói demais na minha alma
tua ausência é agonia, arranca o sono e a calma
só queria neste instante ouvir os teus ternos passos
sem os quais a minha vida vira louco descompasso

Mas parece, é o que sinto, quanto mais espero e almejo
mais longa e cruel se faz a noite da minha vida
tua presença é só miragem em meu longo desespero
semelhante à ferida aberta da despedida

Neste instante a tua palavra grita forte aos meus ouvidos
não tenha medo ainda que só haja morte e escuridão
sou eu e não é outro que caminho e estou contigo
descansa agora e aquieta seu cansado coração

Lembra que na tua história tem razão e tem porquê
meus planos são bem maiores que tua tênue visão
na jornada da tua vida quem dirige é o meu querer
por isso sossega agora, é vã a preocupação

Tal qual madeira bruta nas mãos do carpinteiro
se deixa modelar, aceite a plaina e o formão
sou eu que te desenho, te refaço por inteiro
tua vida e teu destino tenho eu em minhas mãos